Zé Ramalho retornou a Curitiba e na bagagem trouxe a apresentação do
seu mais novo show “Tour 2014”. O trovador, o "guitarrista do sertão", alguém universal que canta sua aldeia, com voz e cara do nordeste, sem perder a antena com o mundo e a humanidade, segue firme pelos palcos há
mais de 30 anos fazendo a alegria de milhões de brasileiros.
A apresentação aconteceu no dia 22 de março (sábado), no Teatro Guaíra, completamente lotado. No show, o cantor reproduz
alguns de seus maiores êxitos que venderam milhões de discos, mantendo o
respeito da crítica especializada, em rara unanimidade.
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Foto: Diego Kloss |
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Foto: Diego Kloss |
Na “Tour 2014”, o cantor paraibano fez um passeio pelos
clássicos “Avohai, Frevo Mulher, Admirável Gado Novo, Chão de Giz, Beira-Mar,
Eternas Ondas, Garoto de Aluguel, Vila do Sossego, Taxi Lunar e Banquete de Signos”. Estas
são apenas algumas das inúmeras pérolas que Zé Ramalho lançou e riscam o Brasil
de Norte a Sul, derrubando fronteiras e provando que a grande música é
universal. Todas estão presentes no novo show, que traz ainda releituras de
Raul Seixas (Trêm das Sete e Medo da Chuva) e o grande sucesso, gravado com Chitãozinho e Xororó, Sinônimo.
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Foto: Diego Kloss |
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Foto: Diego Kloss |
Como espectador posso dizer que foi uma experiência magnífica e porque não mística, afinal as influências musicais de Zé Ramalho são a mistura de elementos da cultura nordestina (cantadores, repentistas e rabequeiros) com: a Jovem Guarda (Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Golden Boys e Renato e seus Blue Caps); a sonoridade dos Beatles, a rebeldia de The Rolling Stones, Pink Floyd, Raul Seixas e Bob Dylan; e elementos da mitologia grega, das histórias em quadrinhos e da literatura de cordel. Além disso, o cantor e compositor faz questão de retratar em suas canções sua própria vida, usando metáforas e frases poéticas.
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Foto: Diego Kloss |
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Foto: Diego Kloss |
Apesar do show ser relativamente curto e um pouco acelerado, durando apenas 1h e 40 minutos, pude sentir a excelência das composições de Zé Ramalho e concluir que ele é um cantor e compositor incomparável e magnífico, mas com pouco espaço dentro da MPB. Símbolos e metáforas não serão facilmente digeridos pela massa e se o grande paraibano conquistou o sucesso com seu cântico profético falando do homem e do povo, com muita luta e trabalho, enfrentando problemas pessoais, processos e o preconceito.
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Foto: Diego Kloss |
Zé Ramalho & Banda Z - ficha técnica:
Zé Ramalho - Vocal, guitarra e violão
Chico Guedes - Contra-Baixo
Zé Gomes - Percussão
Dodôde Moraes - Teclados
Edu Constant - Bateria
Toti Cavalcanti - Sopros